A creatina é um dos suplementos mais consumidos em todo o mundo. Os efeitos dela, tanto voltados para melhoras de performance e estética como para saúde e prevenção de doenças, têm sido consistentemente comprovados em quase 1000 artigos científicos publicados nas últimas décadas.
Apesar de toda essa comprovação da ciência, por incrível que possa parecer, ainda persistem alguns mitos que acabam prejudicando a recomendação da suplementação da creatina, as vezes até por parte de profissionais da saúde.
Na verdade, existem inúmeros mitos que, por desconhecimento, acabam se tornando fatos a respeito desse suplemento.
Para enfatizar a importância do esclarecimento, baseado no que a ciência comprova, vamos abordar alguns deles.
Creatina prejudica a função dos rins?
Esse é um dos mitos mais prevalentes na “sabedoria popular”, fruto de alguns conceitos errados. Talvez o mais determinante deles seja a frequente confusão que se faz entre creatina e creatinina.
A creatinina é a forma de eliminação pela urina da creatina que é metabolizada nos músculos. Como o chamado “clearence de creatinina” é uma prova de função renal, a associação com o suplemento aparece ser o fator determinante da confusão.
Os rins normais filtram a creatinina originada do metabolismo da creatina sem que absolutamente comprometa sua função.
Inúmeros artigos científicos comprovam a inexistência de qualquer problema renal decorrente do consumo das doses recomendadas de creatina.
Creatina provoca retenção de água?
Reter água com certeza é um processo considerado indesejado. O mito de atribuir à suplementação de creatina a retenção hídrica causa rejeição do suplemento. Na verdade, o que acontece com o consumo de creatina é uma entrada de sua molécula para o interior das células, principalmente as células musculares e, por ser uma partícula osmoticamente ativa, “puxa” moléculas de água para dentro das células.
Esse é um processo totalmente diferente de aumentar líquido extracelular que se constitui no chamado “inchaço” na linguagem popular. Essa entrada de água nas células musculares é parte do mecanismo que estimula a síntese de proteínas resultando no aumento da massa muscular.
Crianças e adolescentes podem usar creatina?
A preocupação de que a creatina não deva ser usada por crianças e adolescentes é outro mito que a ciência derrubou. Até mesmo crianças com distrofias musculares têm se beneficiado com suplementação de creatina. Este parecer positivo tem sido publicado por várias entidades normativas em inúmeros países
Creatina engorda?
Principalmente quando associada a exercícios resistidos, a creatina comprovadamente aumenta a massa muscular. Consequentemente, o peso corporal tende a aumentar, o que pode ser confundido com o aumento de peso por aumento da gordura corporal.
A suplementação de creatina não tem sequer valor calórico significativo e absolutamente não aumenta a gordura corporal. Estudos recentes mostram que, pelo contrário, quando associada ao exercício a suplementação de creatina, pode reduzir a gordura corporal.
Esses são apenas alguns dos inúmeros mitos que prejudicam a indicação de suplementação de creatina, principalmente em benefício da saúde. Felizmente pouco a pouco a verdade científica vai prevalecendo e os benefícios desse importante nutriente vão sendo cada vez mais disseminados.